jeudi 6 octobre 2016

Ministra da Justiça defende mudança da qualificação jurídica dos animais.



 "A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, defendeu a mudança da qualificação jurídica dos animais, considerados "coisas" no Código Civil de Lisboa, para uma definição intermédia "entre a coisa e o ser humano" (...) A ministra, que reconheceu alguma oportunidade na mudança de algumas questões na lei que entrou em vigor há 18 meses, o mais premente seria uma mudança ao nível do Código Civil, nomeadamente no que diz respeito à qualificação jurídica dos animais (...) Segundo Francisca Van Dunem, o caminho passa por os animais deixarem de ser uma coisa, obtendo-se uma classificação "entre uma coisa e um ser humano, que é onde se situam os animais (...)"
Disponível em: <http://www.dn.pt/sociedade/interior/animais-devem-deixar-de-ser-coisas-no-codigo-civil-5122588.html>. Acesso em 06.10.2016

mardi 4 octobre 2016

Giovanni di Pietro di Bernardone: a afirmação da bondade e da maravilha da Criação



"Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como São Francisco de Assis (Assis, 05 de julho de 1182 — 3 de outubro de 1226), foi um frade católico da Itália. Depois de uma juventude irrequieta e mundana, voltou-se para uma vida religiosa de completa pobreza, fundando a ordem mendicante dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, que renovaram o Catolicismo de seu tempo. Com o hábito da pregação itinerante, quando os religiosos de seu tempo costumavam fixar-se em mosteiros, e com sua crença de que o Evangelho  devia ser seguido à risca, imitando-se a vida de Cristo, desenvolveu uma profunda identificação com os problemas de seus semelhantes e com a humanidade do próprio Cristo. Sua atitude foi original também quando afirmou a bondade e a maravilha da Criação num tempo em que o mundo era visto como essencialmente mau, quando se dedicou aos mais pobres dos pobres, e quando amou todas as criaturas chamando-as de irmãos."







Quando sentires que for o teu momento, ajuda, resgata!





"Não compreendo, não posso". CADERNOS, José Saramago



Disponível em: <https://books.google.ch/books?id=9ysCBQAAQBAJ&pg=PT215&dq=cadernos+saramago+touro&hl=fr&sa=X&ved=0ahUKEwiwppyXhsDPAhWJDsAKHWrpB_YQ6AEIKjAA#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 04.10.2016

“Se podes olhar, vê, se podes ver, repara”. José Saramago, CADERNOS


Fadjen e seu tutor, Christophe (Disponível em: <https://www.facebook.com/Fadjen-Taureau-anti-corrida-124197777650316/>. Acesso em 09.10.2016)

Reparar outra vez

"Numa conversa, ontem, com Luis Vázquez, amigo dos mais chegados e curador dos meus achaques, falámos do filme de Fernando Meirelles, agora estreado em Madrid, mas a que não pudemos assistir, Pilar e eu, como tencionávamos, porque um súbito resfriamento me obrigou a recolher à cama, ou a guardar o leito, como elegantemente se dizia em tempos não muito distantes. A conversa tinha começado por girar à volta das reacções do público durante a exibição e no final dela, altamente positivas segundo Luis e outras testemunhas fidedignas e merecedoras de todo o crédito que nos fizeram chegar as suas impressões. Passámos depois, naturalmente, a falar do livro e Luis pediu-me que examinássemos a epígrafe que o abre (“Se podes olhar, vê, se podes ver, repara”) porque, em sua opinião, a acção de ver é prevalecente em relação à acção de olhar e, portanto, a referência a esta poderia ser omitida sem prejuízo do sentido da frase. Não pude deixar de lhe dar razão, mas entendi que deveria haver outras razões a considerar, por exemplo, o facto de o processo da visão passar por três tempos, consequentes mas de alguma maneira autónomos, que se podem traduzir assim: pode-se olhar e não ver, pode-se ver e não reparar, consoante o grau de atenção que pusermos em cada uma destas acções. É conhecida a reacção da pessoa que, tendo consultado o seu relógio de pulso, torna a consultá-lo se, nesse mesmo momento, alguém lhe perguntar as horas. Foi então que se fez luz na minha cabeça sobre a origem primeira da famosa epígrafe. Quando eu era pequeno, a palavra reparar, supondo que já a conhecesse, não seria para mim um objecto de primeira necessidade até que um dia um tio meu (creio ter sido aquele Francisco Dinis de quem falei em As pequenas memórias) me chamou a atenção para uma certa maneira de olhar dos touros que quase sempre, comprovei-o depois, é acompanhada por uma certa maneira de erguer a cabeça. Meu tio dizia: “Ele olhou para ti, quando olhou para ti, viu-te, e agora é diferente, é outra coisa, está a reparar”. Foi isto o que contei ao Luis, que imediatamente me deu razão, não tanto, suponho, porque eu o tivesse convencido, mas porque a memória o fez recordar uma situação semelhante. Também um touro que o fitava, também aquele jeito de cabeça, também aquele olhar que não era simplesmente ver, mas reparar. Estávamos finalmente de acordo."

Disponível em: <http://caderno.josesaramago.org/2009/03/?page=3>. Acesso em 04.10.2016)




Dos CADERNOS de Saramago, a barbárie que é Ibérica



"Capea en Ronda", óleo de José Gutiérrez Solana (1886-1945, Spain)


Espanha negra

"La España negra é o título de um livro do pintor José Gutiérrez Solana (1886-1945) de leitura às vezes difícil e sempre incómoda, não por razões de estilo ou ineditismos de construção sintáctica, mas pela brutalidade do retrato de Espanha que nele é traçado e que não é outra coisa senão a transposição da sua pintura para a página escrita, uma pintura que foi classificada como lúgubre e “feísta”, na qual fez reflectir a atmosfera da degradação da Espanha rural da época, mostrada em quadros que não recuam diante da expressão do mais atroz, obsceno e cruel que existe nos comportamentos humanos. Influenciado pelo tenebrismo barroco, muito em particular por Valdés Leal, é também evidente a impressão que sobre ele exerceram as pinturas negras de Goya. A Espanha de Gutiérrez Solana é sórdida e grotesca no mais alto grau imaginável, porque isso foi o que encontrou nas chamadas festas populares e nos usos e costumes do seu país.Hoje, Espanha não é assim, tornou-se numa terra desenvolvida e culta, capaz de dar lições ao mundo em muitos aspectos da vida social, objectará o leitor destas linhas. Não nego que poderá ter razão na Castelhana, nas salas do museu do Prado, no bairro de Salamanca ou nas ramblas de Barcelona, mas não faltam por aí lugares onde Gutiérrez Solana, se fosse vivo, poderia colocar o seu cavalete para pintar com as mesmas tintas as mesmissimas pinturas. Refiro-me a essas vilas e cidades onde, por subscrição pública ou com apoio material das câmaras municipais, se adquirem touros à ganaderias para gozo e disfrute da população por ocasião das festas populares. O gozo e o disfrute não consistem em matar o animal e distribuir os bifes pelos mais necessitados. Apesar do desemprego, o povo espanhol alimenta-se bem sem favores desses. O gozo e o disfrute têm outro nome. Coberto de sangue, atravessado de lado e lado por lanças, talvez queimado pelas bandarilhas de fogo que no século XVIII se usaram em Portugal, empurrado para o mar para nele perecer afogado, o touro será torturado até à morte. As criancinhas ao colo das mães batem palmas, os maridos, excitados, apalpam as excitadas esposas e, calhando, alguma que não o seja, o povo é feliz enquanto o touro tenta fugir aos seus verdugos deixando atrás de si regueiros de sangue. É atroz, é cruel, é obsceno. Mas isso que importa se Cristiano Ronaldo vai jogar pelo Real Madrid? Que importa isso num momento em que o mundo inteiro chora a morte de Michael Jackson? Que importa que uma cidade faça da tortura premeditada de um animal indefenso uma festa colectiva que se repetirá, implacável, no ano seguinte? É isto cultura? É isto civilização? Ou será antes barbárie?"


(Disponivel em: <http://caderno.josesaramago.org/49039.html>. Acesso em 04.10.2016)

lundi 3 octobre 2016

O que andas a meter no teu prato?



"A vida mais doce é não pensar em nada."
Friedrich Wilhelm Nietzsche, filósofo

Vivemos cegos ao que nos cerca, apegados deseperadamente às nossas crenças, porque temos  muito medo de olhar em volta e perceber que podemos ter aprendido errado. Recusamos  aprender por nós, porque aprender  quase sempre traz consigo alguma dor e algum sacrifício. Envelhecemos cedo demais. Vivemos a vida de outra pessoa. E morremos ignorantes.





Disponível em: <https://www.facebook.com/BrasilMFA/photos/a.1647055495575867.1073741828.1646373535644063/1776046019343480/?type=3&comment_id=1776851019262980&comment_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R9%22%7D>. Acesso em 03.10.2016

samedi 1 octobre 2016

Corridas de Galgos



Um artigo contundende dos RETALHOS DE OUTONO.
Disponível em: <https://retalhosdeoutono.blogspot.ch/2016/10/corridas-de-galgos.html><http://visao.sapo.pt/atualidade/2016-06-02-Mundo-secreto-e-cruel-das-corridas-de-galgos--com-video->. Acesso em 03.10.2016 

O homem que podemos ser



(...) a Deus não se conhece com altos pensamentos e muito estudo, mas com a pequenez dum coração humilde e confiante. Para ser grande diante do Altíssimo, não é preciso acumular honras e prestígio, bens e sucessos terrenos, mas esvaziar-se de si mesmo. A criança é precisamente alguém que nada tem para dar e tudo a receber ... Quem se faz pequeno como uma criança, torna-se pobre de si mas rico de Deus (...)"
Papa Francisco, homilia na missa em Tiblissi, Geórgia, em 01.10.2016

Disponível em: (acesso em 01.10.2016)
<http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/a-verdadeira-essencia-do-verdadeiro-685334
 <http://pt.radiovaticana.va/news/2016/10/01/homilia_do_papa_na_missa_na_ge%C3%B3rgia_%E2%80%93_texto_integral/1261986>